Um Perfil Mais Adequado ou Menos Adequado às Variáveis do Projeto Tem Alguma Influência no Sucesso do Projeto? (Parte 2)
Dinah | 13 de novembro de 2012
Na 2ª parte desta discussão vou abordar a Projetização do Desenvolvimento de Produto. (o link de acesso para o post anterior é: parte 1)
O gerente de projetos é considerado um dos principais responsáveis pelo resultado do projeto, portanto, neste contexto, ele tem uma importância significativa para o sucesso das organizações.
Muitos acadêmicos pesquisam os perfis de liderança e as práticas de gestão que contribuem para a melhoria dos resultados dos projetos, mas os aspectos que relacionam as variáveis do projeto ao perfil da liderança e aos resultados do projeto ainda não é um tema muito explorado.
Para organizar o desenvolvimento de novos produtos, as empresas projetizam os esforços – quanto mais complexos os produtos, maior a necessidade da organização por projeto.
No artigo “Optimizing Project Success by Matching PM Style with Project Type”, Shenhar e Wideman mostram que os projetos tem uma variedade quase infinita de objetivos, tamanho, complexidade, risco, culturas e tecnologias. A partir daí, enfatizam a importância da classificação de projetos dentro de alguma estrutura. Os autores afirmaram que a formalidade em uma gestão de projetos (burocratização) deve aumentar com o aumento da complexidade e a gestão técnica deve ser maior com o aumento da incerteza tecnológica. Projetos com grande incerteza tecnológica e alto grau de complexidade exigem níveis elevados de processos, integração e testes.
Para chegarem a esta classificação, Shenhar e Wideman, realizaram uma série de estudos com base em mais de 120 projetos. Subconjuntos destes projetos foram examinados mais detalhadamente e, a partir daí, desenvolveram um sistema de classificação simples e claro.
incerteza tecnológica
- Tipo A – Baixa tecnologia (tecnologia estabelecida): Esses projetos contemplam tecnologias já estabelecidas e igualdade de acesso. Neste caso, nenhuma tecnologia nova é usada em qualquer fase do projeto. Exemplo: construção de edifícios padrão.
- Tipo B – Média tecnologia (tecnologia estabelecida na maior parte): São projetos similares ao Tipo A, mas consideram alguma tecnologia nova. A incerteza tecnológica é relativamente baixa, mas esta nova tecnologia pode representar certa vantagem competitiva, apesar de maior grau de incerteza. Exemplo: novos modelos de automóveis ou eletrodomésticos, construção com uso de materiais novos, como por exemplo, fibra de carbono ou outro material mais avançado.
- Tipo C – High-tech (tecnologia avançada): São projetos que usam tecnologias recém desenvolvidas, e que serão utilizadas pela primeira vez. Exemplo: muitos projetos da indústria de defesa.
- Tipo D – Super High-tech (tecnologia altamente avançada): Projetos que exigem a inclusão de tecnologias ainda imaturas (tecnologias emergentes). Exemplo: exploração de Marte, guerra espacial
complexidade
- Nível 1 – Montagem (projeto simples): Este projeto contempla componentes e módulos combinados em unidade única. Exemplo: um computador.
- Nível 2 – Sistema (projeto complexo): Considera um conjunto complexo de elementos interativos e subsistemas dentro de um produto, mas que em conjunto realiza funções emergentes. Exemplo: um sistema de radar.
- Nível 3 – Matriz (Programa): Este nível representa vários projetos relacionados para atingir objetivos mais amplos. Exemplo: uma rede de segurança nacional.
Figura 1 - Classificação de projetos por complexidade e incertezas (Shenhar e Wideman)
A partir desta análise os autores indicam que as diferenças nos estilos de gerenciamento dos projetos devem ser determinadas pela natureza do projeto. Daí, o desenvolvimento de uma estrutura de classificação.
Na continuação desta discussão vou abordar o sucesso ou insucesso do projeto!