Por Que os Projetos Atrasam? (Parte 1)

Rubens | 8 de novembro de 2011

Nesta sequencia de quatro posts vamos debater sobre a grande diferença entre o gerenciamento de um projeto e o gerenciamento de vários projetos em uma mesma organização. A questão a ser respondida é relacionada a quais os fatores que tornam esta segunda atividade uma habilidade administrativa que requer muito mais conhecimento, domínio de técnicas e experiência, além de habilidade política e patrocínio da alta administração da organização proprietária dos projetos.

É notório que as empresas buscam cada vez mais a otimização de seus processos e consequentemente a redução de seus custos através das mais diversas formas.

Frequentemente observamos projetos audaciosos e inovadores buscando sempre meios para produzir mais, gastando-se menos. É a busca incessante do aumento de produtividade e da competitividade. É neste contexto, que a gestão de projetos entra como uma poderosa ferramenta na busca de velocidade para a execução das atividades em geral. Entretanto nem sempre é isto o que ocorre.

Vamos falar também dos principais motivos pelos quais os projetos, via de regra, não cumprem seu cronograma, mesmo em organizações que se dizem praticantes da gestão de projetos, além de salientar a diferença entre fazer a gestão de um projeto e fazer a gestão de vários projetos simultâneos numa mesma organização na qual os recursos humanos, de tempo e custos concorrem entre si.

Vamos conhecer um pouco da Gestão de Projetos, citar as áreas de conhecimentos do gerenciamento de projetos e por fim elencar quais as principais “armadilhas” no gerenciamento de projetos simultâneos que acabam por fazê-los atrasarem.

Este conteúdo será publicado em 4 posts, sendo que este primeiro traz a introdução do assunto e os demais os motivos para os projetos atrasarem.

A Gestão de Projetos

A crescente e voraz competição observada entre as empresas faz com que elas promovam investimentos em meios de se tornarem mais competitivas em relação aos níveis de serviços prestados, qualidade, tempos de resposta, flexibilidade e também aos custos.

Assim, uma administração estratégica se faz necessária para a criação de um ambiente lucrativo na empresa que propicie vantagem competitiva perante os players do mercado.

De acordo com Slack, Chambers e Johnston (2002, p. 87), “estratégia é o conjunto global de decisões e ações que posicionam a organização em seu ambiente e têm objetivo de fazê-la atingir metas a longo prazo”. Na mesma linha, pode-se dizer que uma “administração estratégica é um processo contínuo e interativo que visa manter uma organização como um conjunto adequadamente integrado no seu ambiente” (CERTO, 2005, p.3).

Conforme Vargas (2002), projeto é um empreendimento não repetitivo, formado por uma sequência clara e lógica de eventos, com início, meio e fim e para atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas obedecendo a parâmetros pré-definidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade. Chama-se Gestão Estratégica de Projetos ao conjunto de práticas administrativas que visam atender a demanda atual de mercado, que exige das organizações produtos e serviços com excelência, com prazos e custos conforme os previstos.

A gestão estratégica de projetos é cada vez mais utilizada no ambiente empresarial visando a implementação de abordagens que permitam um maior controle em todas as etapas de um projeto. Uma destas abordagens e a mais comumente adotada e reconhecida como referência para o gerenciamento profissional de projetos é aquela descrita no Project Management Body of Knowledge (PMBOK®), base de conhecimento consolidada pelo Project Management Institute (PMI®). Nele encontra-se as técnicas necessárias para a elaboração de um projeto em organizações dos mais diversos segmentos independentemente de seu porte.

As Áreas de Conhecimento do Gerenciamento de Projetos

Segundo o PMI (2008), as áreas clássicas de conhecimento do gerenciamento de projetos são as nove seguintes:

  • Gerenciamento de Integração;
  • Gerenciamento do Escopo;
  • Gerenciamento do Tempo;
  • Gerenciamento de Custos;
  • Gerenciamento da Qualidade;
  • Gerenciamento de Recursos Humanos;
  • Gerenciamento das Comunicações;
  • Gerenciamento de Riscos; e finalmente,
  • Gerenciamento das Aquisições.

O estudo das diversas áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos traz benefícios ao indivíduo e à organização na qual ele atua, tais como:

  • a capacitação na aplicação das melhores práticas de planejamento, execução e controle de projetos;
  • o conhecimento dos conceitos de avaliação econômica de projetos para a tomada de decisões; e
  • a obtenção de uma visão do conceito de gerência de projetos, enfatizando todos os envolvidos nos projetos da organização.

No meu próximo post, vamos introduzir três primeiras das nove armadilhas que identifiquei ao longo de minha vida profissional e que afetam de forma incisiva o cumprimento dos prazos nos projetos.