Ambiente de Trabalho - Fechado, Baias ou Open Office?

Dinah | 25 de fevereiro de 2014

Olá a todos!

O ambiente de trabalho é um assunto bastante polêmico e que exige muita pesquisa e análise, seja em relação às condições do ambiente, como impactos na produtividade, transparência, comunicação, privacidade e capacidade de concentração das pessoas.

O blog “People Environment” mostra que equacionar as necessidades de privacidade e interação não é uma tarefa fácil, mas um grande desafio. O ambiente de trabalho, por um lado, deve favorecer o compartilhamento do conhecimento e, por outro, a concentração e a privacidade.

Como abrir espaços e ao mesmo tempo assegurar a privacidade daqueles que dependem da concentração?


É extremamente importante ressaltar que esta diferenciação deve considerar as reais necessidades dos profissionais, não podendo se confundir com símbolo de status e posição hierárquica na organização, a exemplo dos corner offices (EUA) que ainda são frequentemente utilizados como um indicador de ascensão profissional.

As diferentes necessidades de espaço devem ser orientadas pelas atividades e características das equipes. Infelizmente, como bem explorado no blog “People Environment”, os diferentes espaços, normalmente salas confortáveis para os gestores e espaços abertos ou baias apertadas para o restante do staff, são camuflados com o falso discurso de necessidade de maior interação entre as equipes.

Outra reportagem que encontrei no New York Times aborda a valorização da ausência de paredes no ambientes de trabalho e a falta de concentração gerada por estes ambientes. Tudo isto, sem considerar os problemas em relação às informações sensíveis e confidencialidade em algumas áreas.


Neste artigo os fones de ouvido são colocados como as novas “paredes”. As empresas estão redesenhando seus escritórios e buscando melhorar a acústica e problemas com ruídos?

Segundo o artigo do NYT, os pesquisadores estão medindo a insatisfação e a redução da produtividade dos profissionais. Os pesquisadores da Universidade de Berkeley, na Califórnia, fizeram uma pesquisa com cerca de 65.000 pessoas ao longo da última década, na América do Norte, Europa, África e Austrália, e declararam que o principal fator de insatisfação nos escritórios está relacionado ao nível de privacidade.


Estes pesquisadores mostraram que os profissionais não gostam da acústica de escritórios abertos (open offices). Eles ainda afirmam que “os barulhentos não são tão incomodados com a falta de privacidade, mas a maioria das pessoas não é feliz”. Os designers finalmente estão começando a prestar atenção no problema.

O artigo mostra que a justificativa original para o escritório de modelo aberto contempla promover a comunicação entre os profissionais, mas o que se descobriu foi que o excesso de comunicação culmina com a perda da privacidade e ainda gera grandes conflitos internos e entre equipes. Nas palavras dos pesquisadores: “desejo urgente de estrangular o vizinho”.

Como equilibrar as necessidades de colaboração e de privacidade? Esta questão é tema do estudo de Anne-Laure Fayard, professora do Instituto Politécnico da Universidade de Nova York, que desenvolve pesquisas sobre escritórios abertos.

Conforme mencionado no artigo do NYT, pesquisadores do Instituto de Saúde Ocupacional da Finlândia perceberam que as conversas de uma ambiente de trabalho aberto geram um declínio de 5 a 10 por cento sobre o desempenho de tarefas cognitivas que exigem o uso eficiente da memória de curto prazo, como a leitura, a escrita e outras formas de trabalho criativo.

Segundo minha análise, a partir da leitura de alguns artigos relacionados ao tema, os pesquisadores questionam principalmente a ética, a clareza das intenções e a inconsistência entre o discurso e a prática! Neste cenário, é sempre importante avaliar o tipo de atividade dos profissionais envolvidos, perfis, cultura, satisfação, produtividades e motivação. A análse deve contemplar muitas variáveis simultaneamente e a tomada de decisão pode e deve ser colaborrativa.

Até o próximo post!